No início da década de 1990, quando eu ainda morava far far away from Rio, comecei a me interessar pela música de Gloria Estefan. O que sempre me atraiu na cantora é a facilidade com que ela mescla sons da américa central com a universalidade do pop americano. Fez cover de clássicos pop (Everlanting Love) com tanta autoridade quanto seus sons mais intimistas e politizados (Con Los Años Que Me Quedan e Go Away). Ouvi tanto Gloria que, certo tempo, precisei aposentar os discos dela e partir para outros artistas. Daí que Queen, Madonna, Rolling Stones - e uma gama de novos artistas - passaram a ter mais espaço na minha discoteca.
Quando soube que a sra. Estefan estava em estúdio com Pharrell, gerei uma expectativa grande, pois sabia que algo diferente estava por vir. Algo menos óbvio do que o que rola nas rádios atuais. Quando ouvi o cd Miss Little Havana, confesso, senti uma certa decepção. Precisei ouvir mais de uma vez pra perceber que Gloria continua superinteressante e que fui eu que mudei. De tanto ouvir o pop chiclete das rádios atuais, fiquei viciado no que soa fácil. Essa parceria, até então improvável pra mim, criou músicas memoráveis.
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